Diabetes e Covid-19

O diabetes por trás do Coronavirus Covid-19?

Autoria: Carolle Anne Dessureault


Li num artigo da Santé Nature Innovation que certas doenças modernas ou civilizacionais beneficiam o Coronavirus - SARS-coV-2, tais como a síndrome metabólica (hipertensão, obesidade, hiperglicemia, hipercolesterolemia), o pré-diabetes e especialmente o diabetes.

As estatísticas mostram que a maioria das pessoas que morreram de Covid-19 apresentavam comorbidades, que são definidas como vários distúrbios físicos associados a uma doença primária. 

Estas doenças obviamente enfraquecem os órgãos de uma pessoa ao ponto de torná-los muito vulneráveis aos vírus.

Este é um problema fundamental nas nossas sociedades.

Graças ao novo Coronavirus - se estamos dispostos a compreender as coordenadas que ele coloca em perspectiva para fazermos escolhas mais fundamentadas em valores humanos – pudemos perceber que, em quase todo o mundo, nenhum governo estava preparado para enfrentar a crise que estamos atravessando atualmente. Com demasiada frequência, os cortes orçamentais são feitos na base da pirâmide, congestionando e enfraquecendo os sistemas hospitalar, educacional, social e de pesquisa (NT: coisas do neoliberalismo).

Fiquei surpreso ao saber que os americanos são ou seriam os melhores preparados para lidar com uma epidemia de diabetes!  Sendo o país com a maior taxa de diabéticos - uma em cada três pessoas são portadoras - e tenha investido muito em pesquisa para prevenir e tratar a doença, os Estados Unidos deveriam estar de fato na vanguarda da luta contra o diabetes.

Na Europa, estima-se que existam entre 90 e 100 milhões de diabéticos, e a doença está aumentando. Na China, mais de 12% da população a tem. A Rússia não está longe dos 20 milhões de pessoas com diabetes. No Canadá, 3 milhões de cidadãos sofrem com isso. Na América Latina, uma em cada dez pessoas são portadoras da enfermidade. E estima-se que na África, até 2045, haverá 40 milhões de diabéticos.

No entanto, aqui no Canadá, em Ontário (NT: onde vive a autora), o médico Jason Fung, um nefrologista, argumenta que não só esta doença é reversível, como a ingestão de medicamentos é prejudicial.  Ele é o autor do livro O Código do Diabetes (NT: já traduzido para o português).

Durante anos, Jason Fung assistiu impotente a deterioração da saúde de incontáveis pacientes às voltas com diabetes tipo 2, a principal causa de doença renal. "Coloquei em prática o que me ensinaram: eu lhes receitei medicamentos e, quando o seu estado piorou, eu os fiz tomar insulina. Mas não foi de muita utilidade. Eu tentei descobrir por quê".

Segundo o Dr. Fung, o diabetes tipo 2 é uma doença causada por uma quantidade excessiva de insulina no corpo, um hormônio produzido naturalmente quando se ingere açúcares em demasia. O paradoxo é que os médicos prescrevem insulina para controlar os níveis de açúcar no sangue. O tratamento simplesmente transfere o açúcar do sangue para dentro das células sem o remover, aumentando assim o efeito de resistência à insulina. "É como ter uma cozinha suja e varrer constantemente a sujeira para debaixo do tapete. Mais cedo ou mais tarde, o lixo vai transbordar e apodrecer". Sua conclusão é clara; a insulina como tratamento para o diabetes tipo 2 não o melhora, “ela o torna pior".

Reconquistar o controle do diabetes

Esta doença, que, segundo a OMS, afeta um em cada 11 adultos em todo o mundo, pode ser prevenida ou mesmo revertida naturalmente. Ele observa pacientes em sua clínica suburbana de Toronto que seguem um programa baseado em dois pilares: adoção de uma dieta pobre em carboidratos e o hábito de praticar jejum.

O raciocínio por detrás desta abordagem é simples. Uma maneira de reverter este efeito de "acúmulo" no organismo é deixar de comer o açúcar encontrado em alimentos ricos em carboidratos, como bebidas açucaradas, arroz branco, batatas cozidas e pastelarias. O segundo passo é queimar o açúcar restante com períodos de jejum por 24 a 36 horas. Este método reduz os níveis de insulina e a resistência à insulina, em contraste com a pura restrição dietética que provoca um aumento compensatório da fome.

 O Dr. Fung lembra a todos que estão sob medicação para o diabetes tipo 2 de falar com seu médico antes de usar esse método. "A dosagem é ajustada de acordo com a sua dieta atual. Se você mudar drasticamente sua dieta, seu corpo pode apresentar reações perigosas. Por outro lado, uma pessoa saudável ou pré-diabética pode facilmente seguir as recomendações do livro para prevenir a doença.”

Denúncia

 Jason Fung chama de "tragédia" que a formação dos médicos ainda esteja focada na prescrição de medicamentos, quando o diabetes tipo 2 poderia ser efetivamente controlado através da mudança de hábitos alimentares. “A avaliação e decisão médica é prejudicada pelo dinheiro das empresas farmacêuticas", diz ele. “As empresas financiam universidades, pagam pela formação e patrocinam conferências. Claro, os médicos vão promover os seus produtos. Mas a solução está no outro lado. Felizmente, muitos dos meus colegas estão tomando consciência dos benefícios das dietas alimentares para a saúde”.

CINCO REGRAS PARA REVERTER O DIABETES TIPO 2

  1.      Evite a frutose - encontrada notadamente em refrigerantes, chás gelados, bebidas desportivas, sucos artificiais e bebidas cafeinadas, entre outros. Está também escondida nos iogurtes aromatizados, molhos de tomate e nas barras de cereais;
  2.      Reduzir a ingestão de hidratos de carbono refinados - dos grupos alimentares, os hidratos de carbono refinados provocam o maior aumento dos níveis de insulina. É bom cortar os produtos à base de trigo, como pão, massas e biscoitos e produtos à base de milho, como batatas fritas e tortas. Apenas uma pequena quantidade de arroz branco deve ser consumida;
  3.      Escolha alimentos ricos em gorduras naturais - basta substituir os hidratos de carbono refinados por peixe, azeite de oliva, abacate e nozes. Ovos e frutos do mar são também uma excelente escolha. A carne de bovino, a carne de porco, a manteiga e a nata contêm gorduras saudáveis;
  4.      Coma alimentos "de verdade" - a melhor maneira de reconhecer os bons dos maus hidratos de carbono é escolher alimentos que não tenham sido refinados ou transformados.
  5.      Aprenda as virtudes do jejum - é um método eficaz de perda de peso que desencadeia alterações hormonais benéficas no organismo através da redução da resistência à insulina. Os períodos de jejum de 24 a 36 horas são alternados com períodos de 3 refeições por dia.

Fonte:https://les7duquebec.net/archives/255319

Tradução livre do francês feita por: José Amorim de Andrade 

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