Black Head, Co. Clare, Ireland; exposed fronds at ELWS. 28 Apr 2006. Michael Guiry. © Michael Guiry (mike.guiry@nuigalway.ie)
Encontrada em grande quantidade na costa da Noruega, Escócia e Iralanda)
Os curativos baseados em alginato são citados na literatura há mais de três décadas. Entretanto são raros os estudos randomizados a respeito de sua utilização. Os cirurgiões plásticos Attwood em 1989 e O’Donoghue em 1997 publicaram que os curativos de alginato foram superiores aos demais quando utilizados sobre áreas doadoras de enxertos cutâneos.
Quando usar
Os alginatos estão entre os curativos de escolha para as feridas que produzem exsudato moderado ou abundante. A conhecida ação hemostática dos alginatos também torna sua indicação relevante para as feridas com leito sangrativo ou após os desbridamentos.
A grande capacidade absortiva do alginato asssociada ao seu formato maleável e de fácl manipulação, podendo ser adaptado às mais diferentes topografias e conformações anatômicas, torna seu uso nas feridas cavitárias bastante animador. O ambiente fisiologicamente úmido proporcionado pela característica biodegradável dos alginatos é referido como um estimulante da granulação do leito ulcerado, bem coo do desbridamento autolítico.
A gelificação do alginato (consistência de gel) no leito da ferida torna a sua retirada muito fácil e indolor por ocasião da troca, bastando para tal uma simples irrigação com solução salina. Os pacientes costumam confundir o aspecto “lamacento” apresentado pelo alginato gelificado e de cor acastanhada como sinal de piora ou de infecção da ferida.
Portanto, suas principais indicações são:
- Feridas exsudativas, infectadas ou não;
- Áreas doadoras de pele
- Queimaduras
- Feridas com leito hemorrágico
- Feridas cavitárias (preenchimento dos espaços mortos)
Dica importante: não é conveniente a utilização de
curativos baseados em alginatos em feridas secas ou com muito pouco
exsudato, o que poderá provocar ressecamento indesejado do leito da
ferida como também do próprio alginato. Isto pode tornar sua retirada
difícil e traumática. Portanto, muito cuidado com as feridas decorrentes
de enfermidade vascular isquêmica.
Convém lembrar que as superficies ósseas, articulares e tendinosas não devem receber coberturas de alginato.
Convém lembrar que as superficies ósseas, articulares e tendinosas não devem receber coberturas de alginato.
Fig.1 – cobertura de alginato com prata mostrando sua saturação e gelificação após 4 dias de aplicado em coto de amputação
Fig.2 – Excelente granulação e epitelização
Fig.3 – Aplicação do alginato nas lesões tunelizadas residuais
Fig.4 – Ferida com cavidade
Fig.5 – Aplicação de aginato sem prata no leito e cavidade
Fig.6 – Excelente epitelização
Os curativos de alginato devem ser aplicados em contato direto com a ferida, ou seja, é um curativo primário; donde a necessidade do curativo secundário que, entre outras coisas, se encarregará de mantê-lo no lugar. A escolha do curativo secundário obedecerá a uma avaliação criteriosa das características da ferida: localização, diagnóstico etiológico, necessidade ou não de oclusão, necessidade ou não de terapia compressiva, etc.
Se a ferida evolui com diminuição importante do exsudato de tal forma que o alginato não mais gelifica ou passa a ficar muito aderido ao leito ulcerado, deve-se descontinuar a sua aplicação e dar continuidade com outro tipo de curativo primário que atenda às necessidades de hidratação do leito da ferida.
Curativos baseados em alginato:
- Suprasorb® A - (Alginato de cálcio) - Lohmann & Rauscher (L&R)
- Suprasorb® A + Ag (Alginato de cálcio e prata) - Lohmann & Rauscher (L&R)
- Curatec Alginato de Cálcio e Sódio - 10 cm x 10 cm - CURATEC
- Kaltostat® - Curativo de Alginato de Cálcio e Sódio
- Askina® Calgitrol® Ag (com cálcio, prata e sódio) - Laboratórios B. Braun S.A.
- SeaSorb Soft Curativo de Alginato (alginato de cálcio e carboximetilcelulose) - COLOPLAST
- SILVERCEL® Hidroalginato com Prata - © Systagenix
- Sorbalgon® e Sorbalgon® Ag - Hartmann
- Biatain Alginato AG - (alginato de cálcio e carboximetilcelulose + prata) - COLOPLAST
Dr. José Amorim de Andrade
Dra. Maria de Lourdes Seibel
Ler mais sobre o assunto em:
- Diane L. Krasner, George T. Rodeheaver e R.Gari Sibbald - Chronic Wound Care: A clinical Source book for healthcare professionals - 4th Edition
- British Journal of Plastic Surgery Volume 42, Issue 4, July 1989, Pages 373-379
- Acta Chir Plast. 1997;39(2):53-5
- Burns. 1996 Feb;22(1):40-3
- Hess, Cathy Thomas "When to use alginate dressings". Advances in Skin & Wound Care.