domingo, 8 de abril de 2012

Dor em feridas crônicas

O fato de estar com uma ferida crônica representa, por si só, um enorme fardo a ser suportado por seus portadores. Carregar uma ferida crônica significa perda considerável na qualidade de vida, especialmente quando se trata de uma ferida dolorosa ou produtora de secreção abundante e frequentemente exalando odor desagradável, ou todas essas coisas juntas.
A dor, a secreção abundante e o mal cheiro são desafios permanentes para os profissionais que se dedicam às patologias que podem cursar com a formação dessas feridas. São sinais e sintomas que exigem avaliação exaustiva para a detecção de suas causas e dos fatores agravantes. Por estas razões, além de outras, a industria de curativos vem se esmerando na tentativa de oferecer alternativas para esses desafios.
A dor talvez seja. entre os sintomas, o que mais deteriora a qualidade de vida desses pacientes. Mais da metade da população com feridas crônicas – seis em cada 10 - padece de dor. não apenas por ocasião das trocas do curativo, mas que persiste nos intervalos dessas trocas. Varia de dor incomodativa a dor absurdamento intensa e aguda, levando esses pacientes ao uso continuado dos analgésicos, sedativos, antiinflamatórios, etc.
As feridas decorrentes de vasculites, da hipertensão arterial crônica, de determinadas colagenoses, costumam estar entre as feridas mais dolorosas. As infecções das feridas, de qualquer etiologia, também parecem evoluir com dor muito intensa.
Recentemente, estamos bem impressionados com o curativo de espuma de poliuretano, hidrofílica, macia e não aderente impregnada com o anti-inflamatório não esteróide (AINE) IBUPROFENO na concentração informada de 0,5mg/cm2. No quesito dor, os pacientes tem referido melhora significativa e diminuição ou eliminação do uso dos analgésicos e/ou anti-inflamatórios orais. Convém lembrar que a dose recomendada diária de Ibuprofeno oral vai de 1200 a 3200mg. Este fato é interessante na medida em que em uma espuma de 10x10cm teremos algo em torno de 5mg do princípio ativo, ou seja, uma dose bem inferior à dos produtos para ingestão oral.
Portanto, poder contar com a capacidade de absorção dos curativos de espuma em feridas exsudativas aliada com a liberação de um anti-inflamatório é muito animador.


Biatain Ibu nos tamanhos 10x10 e 10x20cm
Imagem copiada de veja aqui










Fácil de aplicar, a espuma Biatain Ibu administra bem o exsudato. O produto pode ser cortado, devendo-se ter o cuidado de deixar bordos de 1,5 a 2,0cm extrapolando os bordos da ferida. Dependendo do volume de exsudato, pode ser mantido no local por até 7 dias. Percebemos que sua retirada tem sido indolor e aparentemente atraumática para o leito da ferida. A absorção vertical do exsudato, como deve ocorrer com os bons curativos de espuma, poupa a pele do entorno. Até o momento não tivemos reações indesejáveis ao produto.













O estudo duplo-cego que cito abaixo tem informações interessantes sobre o assunto.

Int Wound J. 2007 Apr;4 Suppl 1:24-34.
Less pain with Biatain-Ibu: initial findings from a randomized, controlled, double-blind clinical investigation on painful venous leg ulcers.
Gottrup F, Jørgensen B, Karlsmark T, Sibbald RG, Rimdeika R, Harding K, Price P, Venning V, Vowden P, Jünger M, Wortmann S, Sulcaite R, Vilkevicius G,Ahokas TL, Ettler K, Arenbergerova M.

Source

University Centre for Wound Healing, Odense University Hospital, Odense, Denmark.

OBSERVAÇÃO: Esta publicação não tem conflito de interesses. 
Dr. José Amorim de Andrade e Dra. Maria de Lourdes Seibel