A diminuição do fluxo arterial para os membros inferiores pode contribuir para a formação de feridas que recebem a denominação de feridas ou úlceras isquêmicas.
Úlcera isquêmica - face medial do tornozelo |
Em consequência os tecidos vão receber uma quantidade menor de oxigênio e de nutrientes que, aos poucos, vai provocando a morte desses tecidos que se manifesta pela formação de feridas ou úlceras. A esse menor aporte de oxigênio dá-se o nome de isquemia: isquemia cerebral, isquemia renal, isquemia intestinal ou mesentérica, isquemia dos membros inferiores, etc.
Úlcera isquêmica - dorso do pé |
Características
- As úlceras isquêmicas se formam, regra geral, na porção final das pernas ou em alguma região dos pés.
- Os pontos de pressão da região plantar provocados ao andar ou locais de atrito com calçados inapropriados também são localizações onde podem se formar feridas isquêmicas.
- Não costumam ser muito extensas; são mais arredondadas e mais fundas do que as úlceras venosas ou varicosas.
- O leito costuma ser escuro ou amarelado e com tecidos mortos ou desvitalizados. Muitas vezes o leito está coberto por uma casca negra (escara).
- A perna onde se localiza a ferida costuma estar mais fria do que a perna normal.
- Os pulsos estão ausentes ou muito difíceis de palpar.
- O bom examinador verificará que os pelos das pernas são raros e as unhas se apresentam atróficas e deformadas.
- Outra característica das úlceras isquêmicas é o componente DOR. Frequentemente é o sintoma que faz o paciente procurar atendimento médico. A intensa dor se manifesta especialmente ao caminhar e durante o repouso noturno.
- Na grande maioria dos casos são feridas secas e com pouca secreção.
- Os diabéticos apresentam maior predisposição para o desenvolvimento de feridas isquêmicas dos membros inferiores.
Úlcera isquêmica em pé diabético meses após amputação do 4º dedo |
Causas e fatores de risco
A aterosclerose - endurecimento das artérias decorrente da deposição de gorduras, colesterol e outras substâncias em suas paredes - é a causa predominante na formação da isquemia dos membros inferiores.
Além disso temos também os seguintes fatores de risco:
- diabetes
- sedentarismo
- obesidade
- dislipidemia
- tabagismo
- hipertensão
Como diagnosticar
Um detalhado e sistemático exame físico feito pelo médico é a mais importante ferramenta para um correto diagnóstico. A avaliação negligente do paciente arterial pode levar a consequências dramáticas, sendo as amputações o desfecho mais frequente e que poderiam ser evitados.
Alguns exames oferecem importantes informações auxiliares e complementares, tais como:
- estudo com Doppler em suas diferentes modalidades
- medidas do IPTB - Índice de Pressão Tornozelo/Braço
- medida de oxigenação transcutânea
- pressão sistólica absoluta distal e dos dedos
- Angiotomografia e Angiorressonância
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