Alguns desses modelos são formatados para utilização em ambiente hospitalar, exigindo assim a manutenção dos pacientes em regime de internação. Em alguns casos essa é a alternativa possível.
Entretanto, a evolução para a portabilidade dos novos equipamentos permitem que quantidade expressiva de pacientes possa ser desospitalizada sob acompanhamento em regime ambulatorial ou domiciliar. Vislumbra-se aí o significativo impacto na redução dos custos desse procedimento.
A Terapia por Pressão Negativa no tratamento das feridas já está consistentemente demonstrada por seus efeitos benéficos no processo de cicatrização, pela:
- criação de ambiente úmido,
- drenagem de exsudatos excessivos,
- redução do edema tecidual,
- limpeza antibacteriana do leito,
- aceleração da formação de tecido granulado ricamente vascularizado e
- aproximação dos bordos das feridas
Nessa postagem vamos nos deter em um dispositivo de terapia por pressão negativa muito específico por usas características "minimalistas": o PICO
Trata-se de um "dispositivo ultraportátil, de utilização única e extremamente simples".
- O PICO não possui reservatório em separado. O reservatório é a própria cobertura. Donde se infere que não deve ser indicado para feridas muito extensas ou feridas com exsudato muito abundante, o que poderia exaurir a sua capacidade de absorção.
- Funciona com duas baterias AA
- Dependendo das características da ferida pode permanecer por até 7 dias
- Manuseio muito fácil e prático para o paciente.
- Dotado de uma pequena bomba com pressão fixa de -80mmHg
- O curativo está conectado a esta bomba e é formatado em quatro camadas:
- camada de contato e adesivo de silicone que assegura a fixação e minimiza traumas ao aplicar e remover.
- Camada de ar - "Airlock" - que distribui a pressão negativa
- Uma camada absorvente
- Filme com alta taxa de transmissão de vapores úmidos
Figura 1 - Exemplo de ferida em coto de amputação de pé diabético. Aspecto estacionado da evolução apesar dos curativos com alginato e compressão contra edema.
Figura 2 - Aplicação do curativo e sua fixação evitando qualquer ponto de vazamento. Observe-se a posição de saída do tubo de conexão com a bomba, distante do leito da ferida.
Figura 3 - Aspecto após 07 dias da aplicação. Observa-se a eficiência da pressão negativa pelo colabamento da cobertura sobre a área. Pequena quantidade de exsudato retido no interior da camada absorvente.
Figura 5 - Resultado após a primeira semana de tratamento.
Podemos concluir que a Terapia por Pressão Negativa das feridas crônicas representa um ganho extraordinário para a resolutividade na cicatrização. Cabe ao profissional selecionar criteriosamente cada caso e escolher o dispositivo mais apropriado que se mostre adequado para cada situação.